Montevidéu-Uruguai-2023-dia 3-Colônia do Sacramento

Montevidéu-Uruguai-2023-dia 3-Colônia do Sacramento

Hoje é quinta-feira, dia 20 de abril de 2023. Estamos com a guia Marcela e o motorista Paulo da empresa Ventas. Saímos de Montevidéu, já passamos pela Granja Arenas do Museu do Lápis e agora chegamos à Colônia do Sacramento. Vale a pena ir ao Centro de Visitantes pegar mapas para se localizar em uma cidade que se anda a pé.

Segundo o folder da CVC, a mistura de campo, praias e rio dão a este lugar uma moldura natural que se conjuga com a história. O bairro histórico é Patrimônio Histórico da Humanidade desde 1995. A Wikipédia esclarece que se trata do mais antigo assentamento europeu no Uruguai, foi fundada pelos portugueses em janeiro de 1680. Em 1777, com o Tratado de Santo Ildefonso, a colônia tornou-se possessão espanhola.

A guia Marcela nos informa que foi colonizada como um forte militar português. Um dos intuitos era controlar a reserva de ouro e prata e o transporte viário ao interior onde estavam as minas. Era a Colônia de Sacramento de Jesus. O fundador e primeiro governador foi Manoel Lobo (militar, 1635-1683), mandado pelo Príncipe Regente Pedro II de Portugal. A Basílica do Santíssimo Sacramento é a igreja mais antiga, foram 97 anos de domínio português, embora tenha sido atacada sete vezes pelos espanhóis. Em 1777, os portugueses foram embora. Em relação à Basílica do Santíssimo Sacramento, conserva a concepção original de uma nave, muros portugueses de pedra e ladrilho cujo arquiteto foi Tomás Toribo (1808). A fachada e as cúpulas azulejadas dos campanários foram recuperadas a partir do ano 1957 (fonte: folder da Intendência de Colônia).

A arquitetura e estilo portugueses se encontram por todos os lados, nas ruas do bairro histórico, nas casas, nos hábitos. 7 entre 8 casas têm arquitetura portuguesa, apesar de os espanhóis tentarem acabar com o passado português. Na cidade, vivem descendentes de espanhóis e italianos, umas 25 mil pessoas. É a única cidade fundada por portugueses no Uruguai.

O rio da Prata circunda Colônia e a separa da Argentina. Para vir da capital argentina, Buenos Aires, basta pegar o BUQUEBUS (ferry) que chega logo, são 52 km. O rio tem cor marrom, resultado dos sedimentos dos rios Paraná e Uruguai. Turistas argentinos vêm para finais de semana. Algo bem comum. Compram casas na frente do rio para férias ou simplesmente para sábados e domingos. Segundo a Wikipédia, os primeiros europeus a explorarem o rio foram os portugueses João de Lisboa na companhia de Estevão Fróis e o castelhano Juan Díaz de Solís que foi morto e comido pelos nativos. O rio levava ao interior, às minas de prata, por isso o nome do rio.

A Plaza de Toros Real de San Carlos (praça de Touros) de estilo árabe/espanhol funcionou até 1910. Hoje, felizmente, não há mais touradas. O governo federal e estadual investiram e reabriram para eventos culturais, de moda, de arte, é Patrimônio Histórico desde 1992. As três ilhas são San Gabriel, Farallón e Lopez. Na praça do Relógio se vê o pôr do sol junto à família e amigos. No estádio de futebol, o muro é pintado com formas coloridas. Existe um hipódromo na cidade.

A praça 25 de Agosto é linda com árvores mil. A principal se chama Mayor 25 de Mayo. O folder mencionado anteriormente diz que nasce com a fundação, sendo o maior espaço aberto da área. Originalmente usada para manobras militares. Depois, intervenções incorporaram jardins e caminhos que criaram um ambiente agradável, mas que modificaram a percepção original.

As casas vistas por nós são adoráveis, por serem floridas. Caminhamos pelo bairro. Paramos no restaurante Viejo Barrio Restaurante and Bar (Vasconcellos, 169), com comida caseira e bem comentado. As mesinhas na calçada são convidativas. Colônia tem outro compasso, tudo é calmo e lento. O almoço foi peixe grelhado e vinho tannat em jarra. Escutamos passarinhos e temos cachorros ao lado, aliás, vi água para os cães na frente das lojas. Muito justo. Há muitos soltos pela cidade. Detalhe: mulher pode viajar só no Uruguai. É seguro. No nosso passeio havia três.

Após o almoço tranquilo, rumamos à Basílica do Santíssimo Sacramento. Rústica dentro. A av. Gal Flores com plátanos é uma pintura. Vemos lojas, restaurantes, pizzarias, aqui se fuma bastante. Praça Diagonal Gerardo Mattos Rogriguez com fonte de água. Bela.

O restaurante Casa Luthier com calhambeque na frente como jardineira é peculiar. Feita de pedra tosca. O povo da cidade é acolhedor, vi lojas com roupas de inverno estilosas, como ponchos.

Em relação à Basílica do Santíssimo Sacramento, conserva a concepção original de uma nave, muros portugueses de pedra e ladrilho cujo arquiteto foi Tomás Toribo (1808-1810). A fachada e as cúpulas azulejadas dos campanários foram recuperadas a partir do ano 1957 (fonte: folder da Intendência de Colônia). Em 1823, houve uma explosão e parte foi destruída. Em 1957, o arquiteto Miguel Ángel Odriozola a reconstruiu.

Estamos na caminhada tour-histórica com a guia Marcela. Ela marcou um horário depois do almoço e nos encontramos com o grupo na praça das Armas Manoel Lobo. A Casa dos Governadores tinha um torre de vigilância para supervisionar os arredores. As casas da época de Manuel Lobo, primeiro governador português, eram construídas separadas por muros de pedra, desciam a temperatura por canais de água. Quando os espanhóis assumiram Colônia, chegaram a construir casas em cima das portuguesas. A casa de cor branca (1695-1800) é uma pousada hoje e continua com o mobiliário da época. As ruas com paralelepípedos eram construídas por prisioneiros que os carregavam em carros de boi ou carruagens no séc. XVII. A casa histórica portuguesa do séc. XVIII, de cor rosa, foi recuperada com a contribuição da Fundação Calouste Gulbekian (de Portugal) .

Espaço Rebuffo, construção portuguesa para a função pública, modificada no período espanhol. A exibição oferece uma olhada dos tempos pré-histórico até nossos dias. A Vivenda Portuguesa é uma construção popular que resguarda em seu interior os usos folclóricos das províncias portuguesas de Trás-os-Montes, Minho e Alentejo, de acordo com o folder da Intendência de Colônia. Também existem outras edificações portuguesas, como o Espaço Português, o Arquivo Histórico Regional, o Espaço do Azulejo etc.

Navios chegavam com escravos e eles entravam na cidade pela Rua dos Suspiros. Há várias outras histórias sobre tão afamada rua. Fala-se em escravos, sentenciados à morte, dos portugueses com “mulheres da vida”, e da moça com o português militar que fora embora, daí o nome da rua. Digno de nota comentar que o Uruguai foi o primeiro país a libertar os escravos na América do Sul. Conforme o mesmo folder, é tipicamente portuguesa, de traçado e pavimento original, com um escoadouro no meio. A rua tem casas de ambos os lados que pertencem ao primeiro período colonial, donde diversos estilos de construção se conjugam sem perder a individualidade.

Há muito a ver em Colônia. O Farol é visitado. O folder citado antes nos reporta que o Portão do Campo, recuperado entre 1968 e 1971, conserva ainda ruínas da antiga muralha e de sua velha ponte levadiça de madeira. Tachas de bronze na pedra marcam o nível da muralha original, que foi parcialmente consolidada e reconstruída. O Cais de 1866, inicialmente mais largo, contava com um setor perpendicular no extremo sobre o rio. Devido a ser antigo e ao clima, perdeu parte de sua estrutura original, sendo recuperado em 2001 para albergar embarcações esportivas. O Resgate Arqueológico da Casa do Governador, o subsolo da construção portuguesa original destinada à residência do Governador da cidade, foi destruída pelos espanhóis em 1777. Não faltam relíquias a conhecer.

Interessante que o papa João Paulo II rezou missa em Colônia para 40 mil pessoas, depois foi para Salta no norte da Argentina.

Ás 16h15 retornamos a Montevidéu pela Ruta Nacional n°1 ou Ruta Unesco. Dia proveitoso. Colônia, sempre um deleite! Parabéns à guia Marcela, gentil, solícita e com conhecimento do assunto. Deu dicas valiosas sobre espaços interessantes em Montevidéu: baar Fun Fun (Ciudadela, 1229), atrás do teatro Solís; El Milongón (Gaboto, 1810), com apresentação de tango/milonga/dança folclórica e candomble; restaurante El Fogón (San Jose, 1080, centro, esse conhecemos!); Punta Carretas Shopping (Jose Ellauri, 350); e no bairro Pocitos: restaurantes Fellini (Jose Marti, 3408) e La Commedia (El Viejo Pancho, 2414).

Nosso jantar/lanche foi noBar Hispano (San Jose, 1050) nosso velho conhecido. Misto quente e café com leite, para não perder os hábitos. ♥

Prosseguiremos com mais Montevidéu.

Montevidéu-Uruguai-2023-dia 3-Granja Arenas e ida à Colônia do Sacramento

Montevidéu-Uruguai-2023-dia 3-Granja Arenas e ida à Colônia do Sacramento

Hoje é quinta-feira, dia 20 de abril de 2023. Pagamos US$ 59 (dólares), ou seja, R$325,00 à época para visitar a cidade colonial Colônia do Sacramento em um bate e volta de Montevidéu. A guia da empresa Ventas se chama Marcela e o motorista Paulo, o ônibus é grande e confortável e nos pegam no hotel América (Rio Negro, 1330) às 9 h da manhã. Já conhecemos Colônia, mas queríamos ir de excursão, pra mim uma novidade. Pelo valor pago, vemos como tudo encareceu no país.

Estamos no outono, quando faz sol, o clima melhora. Fico alérgica com a umidade do frio. Segundo a guia, o Uruguai é um país plano, existe um cerro (colina) em Montevidéu, mas é baixo. 30% da população vive na capital. O nome “Montevidéu” tem origem nos dizeres “eu vi o monte”. Montevidéu é a capital da República Oriental do Uruguai e também departamento, ou seja, estado, onde moram 45% da população do país. Não há petróleo no oceano Atlântico ao seu lado, mas há refinaria. Menor país da América do Sul. O processo fundacional de Montevidéu tem a ver com o controle da entrada do porto.

Uruguai significa “pássaro pintado” na língua guarani. O Rio de la Plata (rio da Prata) é fundamental para o país. Seguimos nosso percurso até Colônia do Sacramento. Estamos na Ruta Nacional Manoel Oribes (militar importante), número 1, que vai até Colônia.

A Marcela acrescenta que a avenida 18 de Julho, principal avenida em Montevidéu, nasce no centro e finaliza na estação rodoviária Tres Cruces, lembra a data da primeira Constituição com princípios da Revolução Francesa. Na Cidade Velha, vivem 15 % da população. São Felipe e São Tiago são os santos padroeiros. A Catedral é a igreja mais destacada do país. Na Peatonal Sarandi há cafeterias, restaurantes, lojas etc e na Ciudad Vieja também se encontra a parte administrativa do governo.

Estamos na área rural, com 15% da população, descendentes de espanhóis. Vemos árvores frutíferas, ovelhas, porcos, galinhas, ervas aromáticas etc. No departamento de São José há 250 mil habitantes, descendentes de espanhóis (maragatos) e italianos. Passamos por fábricas. No rio Santa Lúcia testemunhamos atividades náuticas. A água potável de Montevidéu vem de Águas Corrientes, uma cidade pequena no departamento de Canelones. O rio da Prata origina várias praias.

Há um morro no caminho de 42 m de altitude, usado para a plantação de uvas pretas, fruto da imigração italiana. O vinho de hoje foi a decisão do passado: a uva Tannat que era do sul da França foi plantada no Uruguai com apoio do governo, aí a desenvolveram com a ajuda de franceses e italianos. Aliás, 14 de abril é o dia do Tannat, em homenagem ao imigrante basco-francês Pascoal Harriague. Existem vinícolas reconhecidas: a Bouza, Juanico, H. Stagnari, dentre outras. O Tannat é orgulho nacional. Diga-se de passagem, com merecimento.

Na praia Pascoal, há teatro e mercado de artesanato. São José é produtor de cenoura, batata, espinafre, frutas e criação de vacas, sendo o segundo maior produtor nacional de leite. Eucaliptos foram trazidos da Austrália para proteger as plantações, uma barreira natural. No verão, o clima é de 22º a 32° C e no inverno, de 6º a 11°C.

No passeio, vamos conhecer Granja Arenas (sobrenome da família), um estabelecimento de campo com a criação de animais: cabras, vacas, ovelhas e plantação de legumes. De 1949 até hoje se dedicam a árvores frutíferas. São descendentes de suíços, a casa tem mais de 120 anos e uma parte é museu. A coleção de máquinas fotográficas, cinzeiros, canecas, caixas de fósforos, frascos de perfumes (da esposa), chaveiros, lápis, dentre outros torna o Museu do Lápis algo único. O negócio está na quinta geração. Curioso é o lápis exposto no qual Emílio Arenas, o fundador, foi recebido por Faber Castel na Alemanha há 76 anos. A coleção começou em 1955, só para ter ideia, só de chaveiros são 46 mil, expostos 19 mil. De lápis, são 24 mil. Cinzeiros, 4.500, vidros de perfume, 4900 e por aí vai. Incrível. A caixa registradora pertenceu à loja Tiendas London em Paris. A coleção de chaveiros e lápis está presente no Livro dos Recordes.

Também há a loja grande para degustação de doces e geleias de sabores originais: mate, frutas da floresta, mirtilo, beterraba, morango, cebola etc. Melhor doce de leite da região de Colônia (receita suíça) e queijos. Saí da loja com gostosuras, como não comprar? Só felicidade. Ainda funciona um restaurante e espaço para aluguel de eventos.

As regiões de São José e Colônia têm muito vento. No país usam energia eólica, solar e hidrelétrica (principalmente no rio Uruguai). Ao sul de Colônia se encontra o Departamento de Soriano. Em 1624, Soriano foi a primeira colônia estabelecida pelos espanhóis, depois foi Colônia do Sacramento em 1680 pelos portugueses.

No morro São João (450 m de altura), criam 70% das vacas do país, são de cor preta e dão as melhores carnes. Na Colônia Suíça, há criação de cabras alpinas e produção de leite. A grama tem qualidade, por isso ser o principal produtor de leite. Interessante que plantam girassóis onde há vacas. Elas recebem a vitamina K3 das batatas que comem. Também há a plantação de alfafa e milho.

Em Colônia, descendentes de imigrantes italianos e suíços produzem queijo: 1 kilo necessita de 10 litros de leite. O queijo semiduro parece um parmesão. Verduras, legumes, abóbora, cenoura e azeitonas, com condições ótimas para o terroir da produção de azeite que acumula prêmios internacionais. A uva também se beneficia da terra, são as melhores condições para a produção de vinho.

A guia explicita o que podemos ver em Colônia do Sacramento: Bairro Real (hotel Real San Carlos), Praça de Touros, placa de Colônia-início do bairro histórico, portal, Rua dos Suspiros (Patrimônio Histórico da Humanidade em 1995), Praça Maior 25 de Maio, ruínas do convento de São Francisco, Basílica do Santíssimo Sacramento (estilo neoclássico português), Farol, três ilhas, rio da Prata, 52 km até Buenos Aires-Argentina. Museu Português e outros. Lojas, praça estilo antigo. O restaurante do almoço sugerido se chama Viejo Barrio Restaurante and Bar (rua Vasconcellos, 169)e serve massas e peixes, se encontra dentro do bairro histórico. Detalhe: a gente paga, não está incluído. Serão 3 horas livres na cidade.

Para se ter ideia dos preços: um expresso R$12,00, água de garrafinha R$ 6,00 e uma coca cola R$12,00, bom se preparar financeiramente. A temperatura ótima: 17°C.

35 % das divisas do país vêm do turismo em Colônia do Sacramento, turistas visitam o ano todo. De abril a novembro há eventos e congressos. As palmeiras francesas na entrada da cidade foram trazidas direto das Ilhas Canárias e fazem parte do Patrimônio Artístico.

Continuaremos com a cidade de Colônia do Sacramento. Muito a contar.

Montevidéu-Uruguai-2023-dias 1 e 2

Uruguai-Montevidéu-2023-dias 1 e 2

Hoje é terça-feira, dia 18 de abril de 2023, já estivemos em Gramado-RS, passamos uns dias em Porto Alegre-RS com familiares e rumamos a Montevidéu, capital do país “irmão” Uruguai. Compra de passagens na CVC do shopping Del Paseo em Fortaleza. No aeroporto de Porto Alegre, Salgado Filho, encontramos o restaurante com pratos executivos Belgaleto Di Paolo, da serra gaúcha, promissor, além de Bauducco (panetones), Lugano (chocolates) etc. O avião da companhia aérea Azul de cores vibrantes róseas, gostei. Em 1h10 chegamos ao Uruguai. Nada de carimbo no passaporte, sempre apreciei ficar olhando pros carimbos. Que pena.

O transfer da CVC com o Jonatan deu certo. O aeroporto internacional de Carrasco se situa em Carrasco no departamento de Canelones. Eis a parte chique da cidade, onde se localiza o hotel mais caro de Montevidéu: o Sofitel (antigo Casino).

Chegamos ao nosso velho conhecido hotel America (calle Rio Negro, 1330), com ótima localização, bem perto da Cidade Velha, bairro histórico de Montevidéu. Reservamos pelo Booking para pagar depois. Era hora do almoço e descobrimos um restaurante perto: o El Fogón. Ambiente bonito, comida boa e farta: para o Carlos o tão esperado bife de chorizo e para mim arroz com frango picante. Sempre que chegamos a um lugar, geralmente comemos perto do hotel, ainda estamos para nos aclimatar. Em pesos uruguaios: $790 (R$106,10). Como gostam de futebol, lá estava a indefectível televisão com jogos.

Pós-refeição, saímos caminhando para uma boa digestão. Andamos pelo centro, edifício Salvo (icônico), prédio da Presidência do país (pouca segurança chamou a atenção), praça Independência e arredores. Está frio, afinal é outono, mais frio que em Porto Alegre-RS. Vimos moradores de rua por ali.

Um detalhe que gosto: onde vamos encontramos álcool em gel. E toma-se água da torneira. É um país dito seguro, lógico que tem que ter cuidado na Cidade Velha e no centro à noite.

Hoje é quarta-feira, dia 19 de abril de 2023. Começamos o dia com o café da manhã do hotel, simples, mas satisfatório. A salada de frutas é de compotas, como vejo em muitos outros lugares. Bom mesmo é o doce de leite deles, o melhor do mundo, ao lado do da Argentina.

Saímos para passear a pé. Fiquei encantada com a loja AMM para mulheres. A gente queria mesmo ir à Ciudad Vieja (Cidade Velha), parte mais apaixonante de Montevidéu. Não há semáforos, os carros param na faixa de pedestres. O tempo aqui é outro, mais lento. Visitamos o hotel Palácios, onde ficamos a primeira vez que fomos à cidade. Montevidéu é uma lindeza e já conhecíamos. Esse hotel está sempre lotado. Vimos a La Pasiva, um café frequentado por nós no passado, a Catedral e a Plaza Constitución, local onde ocorre a feira de rua aos domingos.

A praça Constitución é de 1910, na placa está escrito: nas últimas décadas dos séc. XIX a construção de luxuosos edifícios do Clube Uruguai e do Hotel Alambra modificaram substancialmente o entorno da Praça. Desde finais do séc. XVIII, a “Praça Matriz” foi sede de cerimônias oficiais e festas populares como festejos de carnaval ou corrida de touros.

Que vento! Que frio! A Catedral é majestosa, ainda mais ao som de cantos gregorianos. Eis a tumba de Mariano Soler (1846-1908), primeiro arcebispo de Montevidéu. O segundo está na parede-Francisco Aragone (1883-1953). Vimos também a do primeiro vigário apostólico Damaso Antonio Larrañaca (1771-1848), prócer da Independência nacional. E uma homenagem em bronze a Juan Antonio Lavalleja, libertador do país, à frente de 32 companheiros que desembarcaram em Arenal Grande em 19 de abril de 1825 para libertar sua pátria dominada por 8 mil soldados estrangeiros, ganhou a Batalha de Sarandi. Morreu pobre e serviu 43 anos à Pátria. Esteve à frente do primeiro governo.

Andando pela peatonal Sarandi, achei a loja Companhia do Oriente fantástica, com produtos para decoração, além de casacos, chapéus e muito mais (Sarandi, 540), bem estilo Tok Stok. Falando na peatonal (área de pedestres), foi projetada por Pedro Millán em 1726 e tornou-se uma rua exclusiva para pedestres em 1922, localizada no bairro Ciudad Vieja entre o Centro Velho e o Centro Novo. Inspirada na arquitetura francesa, tem um charme único. Fonte: dicasdouruguai.com.br.

Dica de sorveteria: Piwo Helados (Sarandi, 340). Também pode tomar um café. Provei os sorvetes de figo e morango. 200 pesos (R$26,86), sem açúcar. Pouca gente na rua, uma característica da cidade. Bem diferente de Buenos Aires.

Mercado del Puerto, imperdível. Ir a Montevidéu e não conhecer o mercado não dá, é relativamente pequeno e bem acolhedor. Boas promoções, lojas estilosas, sempre um passeio bom. Oferece muitas opções de restaurantes. Gosto da loja para turistas Mercado del Turista. Endoido com tantas maravilhas de lembrancinhas. Em frente ao mercado se situa o Centro de Informações ao Turista, cujo nome é Descobrí Montevidéo. Há um mapa grande da cidade em frente ao local em um totem. Genial. O turista gosta de ser bem informado.

Para almoço, escolhemos o restaurante La Chela (Sarandi, 264). Preço ótimo (280 pesos por pessoa) e lugar transado na madeira clara e escura, com mesas diferentes e cadeiras também, inclusive da máquina de costura Elgin. Os castiçais imitam taças de vinho. Bem original. O menu: picanha com salada russa para o Carlos e para mim sorrentino de frango. Sobremesa: crostata de doce de leite em cima, arroz com leite com marmelada, torta de doce de leite, a escolher. O garçom Julio, muito atencioso.

Ficamos pesarosos em saber que o passeio de ônibus de dois andares pela cidade não seria possível fazer, pois havia parado por conta da pandemia e não retornara. Estava em licitação. Faz uma falta…

Detalhes para os viajantes: no cartão de crédito do estrangeiro em visita ao Uruguai, o imposto IVA (Imposto de Valor Agregado) é deduzido no pagamento de hotéis e restaurantes. Também há o TAX FREE a receber no aeroporto da devolução de compras feitas. Muito bom, uma maneira de levar turistas ao país.

A loja Las Vizcarras Licorería na Bacaray, 1324 nos cativou, local bom para comprar vinhos. E a Harrington, loja pra homens com roupas de frio, calçados, blusas, vale! Comprava uma peça e a outra era pela metade.

Para jantar, depois das caminhadas, supermercado: empanadas e sucos. Sim, no Uruguai não faltam empanadas! Oba! Voltamos ao hotel, escurece cedo e estava muito frio. Nos primeiros dias já percebemos como encareceu o turismo no país. Era muito mais barato. Mesmo assim vale, pois o uruguaio é sempre atencioso e recebe muito bem o visitante.

No dia seguinte, a bucólica Colônia do Sacramento nos espera. Tantas vezes for ao país vizinho, sempre voltaremos à histórica cidade, uma beleza de lugar.

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-Mercado Municipal, Largo da Ordem e Museu da FEB-última parte

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-Mercado Municipal, Largo da Ordem e Museu da FEB-última parte

Hoje é domingo, dia 26 de novembro de 2023. Dia nublado, 18º C. O Carlos e eu entramos na Linha Turismo (ônibus turístico) de novo na Rua 24 Horas (parada 1) para descer no Mercado Municipal (parada 5). O nosso cartão ainda é válido. Passamos pela praça Rui Barbosa, enorme, limpa com jardins e árvores, o usual da cidade. Vimos a Santa Casa. Há ruas que parecem avenidas e com faixas exclusivas para ônibus.

Descemos no Mercado Municipal. Local com fartura de frutas, especiarias, frutas secas, pinhão, pupunha, vinhos, licores, cachaças, chocolates, queijos, doces árabes, portugueses, uau! Muito rico de opções. Na hora do café expresso, descobrimos do lado de fora do mercado, mas ainda dentro do espaço a Prestinaria Casa dos Pães, o atendente, uma simpatia. Os restaurantes ficam em cima, espaço organizado e limpo.

O tempo do ônibus turístico expirou, então pegamos um táxi cujo motorista era jornalista. Papo bom, nos disse que Curitiba mudou com a presença dos brasileiros de outros estados que vieram morar na cidade. Isso é bom, pois o curitibano era conhecido por ser “fechado”. Minha experiência foi positiva, só tenho elogios para com quem me socializei. Nosso destino é a feira tão aguardada, a do Largo da Ordem no Setor Histórico.

Segundo o folder Curta Curitiba, o Setor Histórico (ou Centro Histórico) é um passeio imperdível por locais que revelam o passado da antiga Vila Nossa Senhora da Luz e cultuam a memória de Curitiba. Nas ruas calçadas com pedras irregulares estão o casario preservado, as igrejas antigas e diversos espaços culturais. É ponto de encontro à noite nos diversos bares e restaurantes e aos domingos pela manhã na tradicional feira de artesanato.

A feira do Largo da Ordem é vibrante, com muitas bancas que oferecem produtos lindos. Vi lojas de antiguidades, uma delas a Antiquário Candelária, uma loja pequena, com tantos produtos variados até o teto, original demais. O dono muito agradável. Na feira se encontra de tudo, objetos de madeira, bijuterias variadas, roupas de lã, camisetas com desenhos de capivara (comprei uma), comidas, chapéus diferentes etc enfim, uma maravilha. Amo feiras! Viva a do Brique em Porto Alegre-RS, a de San Telmo em Buenos Aires-Argentina e por aí vai. Teve feira, nós vamos! Nós e todo mundo, afinal o movimento é grande.

Almoçamos ali perto, no Tuba´s Bar: “prato feito” de bife ou frango, arroz e feijão, batata frita ou macarrão, salada de legumes e verduras, bem farto. Valor: R$20,90. A feira desbunde vale a visita e a diversão.

Fomos de lá a pé até o hotel Bourbon no centro. O hotel realmente é muito bem localizado. Depois rumamos a um museu que queria muito conhecer: o da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Como sou estudante da II Guerra Mundial, tenho predileção por museus assim. Endereço? Rua Comendador Macedo, 655-Alto da XV.

O Museu do Expedicionário me surpreendeu por ser maior do que esperava, com salas equipadas e muito conhecimento. E de graça! Tudo escrito em português e inglês. Aberto aos domingos das 9 h às 12 h e das 13h30 às 17 h. Conta a história dos Febianos, pilotos, aviões usados na II Guerra em miniaturas, fuzis, pistolas, metralhadoras, material de campanha sacos VO (Verde Oliva). Vimos fotos dos heróis na Galeria dos Heróis e a sala General Mascarenhas de Morais que é um auditório. Da Engenharia foram 700 homens. Realizaram suprimento de água e reconhecimentos técnicos.

Um morteiro é diferente de um obuseiro e de um canhão. A sala de enfermaria da FEB, a alimentação, o fogão de campanha modelo 1935, o frio, as galochas, os brasileiros aprendendo a esquiar. O herói Max Wolff Filho. O Cemitério e o Monumento Nacional aos Mortos da II Guerra Mundial em Pistoia na Itália recebem mais de 25 mil visitantes ao ano entre turistas, pesquisadores e estudantes, além de familiares dos “pracinhas”. Relembrando a história da participação do Brasil, o site www.defesanet.com.br nos diz que o gal. Mascarenhas de Morais foi o comandante da FEB, que contou com mais de 25 mil homens. As primeiras tropas desembarcaram na Itália em julho de 1944. A 10ª Divisão de Montanhas dos Estados Unidos lutou ao lado dos brasileiros sob a égide do IV Corpo do Exército de Campanha dos EUA entre os meses de janeiro a abril de 1945, tendo contribuído com as ações vitoriosas da FEB em Monte Castello, La Serra, Castelnuovo e Montese, por exemplo.

O museu é em essência a memória da história da Legião Paranaense do Expedicionário. Acervo fenomenal. Foi fundada em 1946 pelos ex-combatentes. O totem do lado de fora nos informa que o museu está vinculado desde 1980 à Secretaria de Estado da Cultura. Armas, medalhas, roupas, fotos, documentos e jornais compõem o acervo, memória permanente da participação paranaense da II Guerra Mundial. Há um tanque M3 Stuart e um P47 Thunderbolt na Praça dos Expedicionários que nos convida a sentar em um banco, contemplar a natureza e apreciar o museu.

No último dia, segunda, dia 27 de novembro, aproveitamos o café da manhã inesquecível. O aroma do hotel é delicioso. Almoçamos no Tom Espaço Gastronômico, comida feita pelo chef: tiras de batata com casca frita, aspargos, filé de frango no ponto, além de folhas, perfeito. Já o do Carlos: salada de entrada com salmão e fudge de pistache. Boa música: Bossa Nova, e a vida é muito boa!

Achei o hotel Bourbon Curitiba Hotel & Suítes acolhedor, um tratamento simpático do jeito que dá vontade de retornar. Detalhe: o povo da terra diz muito “Fique à vontade.” E como não se apaixonar por cidade tão linda? Aos amigos de lá, aquele abraço saudoso.

Curitiba, voltaremos.

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-mais um passeio de ônibus turístico e Museu Ferroviário-parte 7

Curitiba-Paraná-Brasil- a cidade mais ecológica do país-mais um passeio de ônibus turístico e Museu Ferroviário-parte 7

Hoje é sábado, dia 25 de novembro de 2023. Fomos a pé, saindo do hotel Bourbon no centro direto ao calçadão da XV de Novembro, onde se localiza o Bonde da Leitura e a roda gigante de Natal (presente da empresa Boticário). Lugar bem frequentado, com gente jogando xadrez e o tabuleiro colocado (ou desenhado) no calçadão, achei brilhante. Há brincadeiras para crianças, comércio pujante, restaurantes, cafés, vendas de ouro e prata, ou seja, movimento intenso, local cativante.

Continuamos no nosso passeio pelos pontos turísticos de Curitiba. Pegamos o ônibus novamente (Linha Turismo) na Rua 24 Horas (parada 1). E seguimos pelas paradas… A atendente Leila é uma figura, bem-humorada e faz a diferença em um dia frio. São 3 h de passeio completo.

Passamos pelo Museu Ferroviário (parada 2) dentro do Shopping Estação. Parada 3: Teatro Paiol, inspiração para Toquinho e Vinícius de Morais quando escreveram a canção “Paiol de Pólvoras”. Símbolo da transformação da cultura da cidade. O áudio no ônibus em cima não é muito bom, logo estou embaixo com meu caderninho anotando tudo. Escuta-se em espanhol, inglês e francês também.

Vi pouca pichação nos muros das casas. Isso é louvável. Parada 4: Jardim Botânico; parada 5: Rodoferroviária/Mercado Municipal/Mercado dos Orgânicos. Tradicional endereço de compras de alimentos e delícias de todo o mundo, primeiro mercado orgânico do Brasil, derivados livres de agrotóxicos e aditivos químicos, símbolo do cuidado do Paraná com a alimentação saudável.

Parada 6: Universidade Federal do Paraná/Teatro Guaíra; parada 7: Paço da Liberdade, onde se desce no domingo para ir à feira do Largo da Ordem (artesanatos, comidas, antiguidades). Parada 8: Passeio Público/Memorial Árabe; parada 9: Centro Cívico; parada 10: Bosque João Paulo II/Memorial Polonês; parada 11: Museu Oscar Niemeyer; parada 12: Bosque Alemão, descemos, há uma renomada confeitaria alemã perto, só visitamos o Oratório de Bach, estava tudo o mais fechado, uma pena.

Parada 13: Bosque Zaninelli, descemos. Imperdível o local. A Escola de Sustentabilidade merece a visita. Ao redor, há nascentes. A trilha no meio do bosque lembra a Serra dos Órgãos na serra fluminense em Teresópolis-Rio de Janeiro. O lago com patos e rochas enormes ao redor existem para contemplação, a trilha de madeira e tudo o mais é muito gracioso. Para quem ama a natureza, eu indico. Subimos pelas rampas de madeira em direção ao miradouro, no caminho se situa o pavilhão Comandante Jacques Cousteau. Tem que ter perna boa para tanta escada. O local vale a pena, é idílico. As salas de aula de cores diversas embelezam, tudo é atrelado ao ambiente: a natureza, as carpas, os patos, as salas de aula e a subida ao mirante. Lá está a placa de inauguração em 15 de junho de 1992, com o nome do prefeito Jaime Lerner e do secretário do Meio Ambiente Municipal Hitoshi Nakum e do representante da Fundação Jacques Cousteau no Brasil Celso Luís Claro de Oliveira.

Ao entrar no ônibus novamente, era outra atendente/cobradora: a Janaína, e o ônibus era elétrico sem ser de dois andares e sem áudio.

O ônibus não parou na parada 14: Parque São Lourenço/Memorial Paranista. Nem sempre param em todas as paradas. Parada 15: Ópera de Arame. Parada 16: Parque Tanguá. Na parada 17: Parque Tingui/Memorial Ucraniano o ônibus também não parou.

Parada 18: Santa Felicidade. Queria muito conhecer. Estava na época do Festival de Imigração Italiana, portanto descemos na av. Manoel Ribas em frente ao restaurante Siciliano. Visitamos barracas com comidas, e havia um concerto com músicos, bem alegre. Um festival pequeno e simples, com poucas opções de gastronomia. Demos uma olhada, sentimos o clima e fomos procurar um restaurante. Escolhemos o restaurante Casa dos Arcos. Casa histórica: edificação de 1895 feita para a residência da família do imigrante Marco Mocelin. Teria sido construída por Brasílio Gichelle. Em 1918 foi comprada pela família Tulio. É o único exemplar do bairro com arcada frontal no térreo fazendo a entrada do comércio. O piso superior foi reservado à moradia, dizeres escritos no totem em frente. No restaurante, pedimos o prato individual: frango grelhado, legumes, talharim ao molho branco, arroz e vinho da casa (jovem, seco e frutado), achei em conta, valor: R$32,90. Muita emoção em estar no bairro italiano de Curitiba, afinal tenho tataravós maternos para lembrar e honrar: Domenicoantonio e Felicia Di Grazia.

Passamos em frente aos restaurantes Madalosso e Portal, aqueles enormes e bem conhecidos dos turistas que vão em excursão. Depois do almoço, uma caminhada para apreciar o bairro tão agradável e alegre.

O folder Curta Curitiba acrescenta ser a primeira colônia de imigrantes italiano da cidade. De seus hábitos e costumes nasceram as características e atrações do bairro, como o casario, restaurantes típicos, vinícolas, lojas de móveis e artesanato. A igreja de torre separada da nave e o cemitério com seu panteon são marcas registradas da religiosidade dos italianos.

Às 15 h pegamos o ônibus de volta. Parada 19: Parque Barigui. O mesmo informativo nos conta que foi criado em 1972 e é refúgio de diversos animais nativos e migratórios. É o parque mais frequentado pelos curitibanos que ali encontram churrasqueiras, quiosques, pistas de bicicross e aeromodelismo, canchas poliesportivas, equipamentos de ginástica, restaurante, lanchonetes, Museu do Automóvel, Centro de Convenções, Casa da Leitura e Teatro Maria Fumaça.

Parada 20: Torre Panorâmica (da OI). Descemos e pagamos: R$5,00 (professores, estudantes e maiores de 60 anos) ou R$10,00. Segundo o Curta Curitiba, a torre foi inaugurada em 1991 e é suporte da telefonia celular. Tem mirante de 109, 5 m de altura para uma visão de 360 graus de Curitiba e dos contornos da Serra do Mar. No piso, um mapa em relevo indica pontos importantes da cidade. Um painel de Poty Lazzarotto mostra o desenvolvimento da capital. Na entrada da torre está o Museu do Telefone.

O guia nos diz que se destina à melhora dos serviços de telecomunicações em todo o sul do país, é também um monumento à cidade de Curitiba. Foi entregue a torre à capital mais ecológica do país à época do prefeito Jaime Lerner e do presidente da TELEPAR era Paulo Roberto Cordeiro. Que homem empreendedor o arquiteto e político Jaime Lerner, sou eterna fã. A torre equivale a um edifício de 40 andares, e nos permitem ficar 10 minutos no mirante. O painel do artista Poty Lazzarotto é a síntese da cidade e do telefone. Mostra os primeiros habitantes, os indígenas e os colonizadores, a invenção do telefone por Graham Bell, a evolução da cidade e da telefonia até nossos dias, com o “ligeirinho”, as estações tubo e os telefones celulares. Digo a vocês, é fenomenal. Parabéns, Curitiba!

De lá, pegamos o ônibus e fomos conhecer o Museu Ferroviário. Descemos na parada 2 no Shopping Estação que estava com decoração de Natal. A exposição imersiva de Van Gogh estava acontecendo no local. O shopping é a antiga estação ferroviária, um grande galpão, bem interessante. Fomos logo para a fila do museu ali dentro. Em forma de vagão, recebe um número limitado de visitantes. Esperamos pela sessão de 17h30. O museu/vagão tem assentos como no trem e assistimos a um filme com Rodolfo, o condutor. As janelas são filmagens de trens, estações, natureza, como se estivéssemos viajando. O percurso é Curitiba-Paranaguá via Serra do Mar cem anos atrás, as crianças deliram. A estação era ponto de encontros e despedidas. A erva mate era um tônico revigorante para aguentar o frio da região. Na tampa do produto, verdadeiras obras de arte, produto de exportação. Araucárias mil pelo caminho. De 1880 a 1885, a construção da ferrovia Paranaguá a Curitiba pelo engenheiro Antônio Rebouças que pediu ao imperador Dom Pedro II que escravos não trabalhassem na obra. Túneis com pólvoras, picaretas, explosões, o Portal da Floresta (Mata Atlântica). 10 mil pessoas trabalharam na Serra do Mar. Ponte São João, estação Marumbi, primeira montanha escalada (1500 m), o ponto mais alto da serra. Uma experiência sensorial incrível. Até de elevador a gente cai, uma graça. Fantástico.

Saindo do vagão, rumamos ao museu com suas salas contíguas. A primeira locomotiva a trafegar no Brasil foi a “Baroneza”, de 1854. A Ferrovia Paranaguá-Curitiba (1835); a primeira universidade do país-a Universidade do Paraná, chamada de Universidade do Mate pelo historiador Ruy Wachowicz; o trajeto entre Morretes e Antonina (ramal) de 1891. A ferrovia, sua importância, início, ciclos econômicos: mate, madeira, café, história, trens, balanças, máquinas de escrever, telégrafo, sala do Chefe da Estação, tudo muito didático. Um museu recomendável.

Outro dia muito produtivo. Pegamos um táxi para o hotel e o papo foi o clima. Hoje assunto recorrente no país. Ao chegarmos ao hotel, hora de lavar o cabelo, tenho que dizer: que água magnífica, um tratamento e tanto para a pele e cabelo.

Falta pouco para acabar a viagem, vou sentir saudades, Curitiba.

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-Antonina e a estrada da Graciosa-parte 6

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-Antonina e a estrada da Graciosa-parte 6

Hoje é sexta-feira, dia 24 de novembro de 2023 e saímos de Morretes e vamos de van rumo à Antonina. A guia Josiane e o motorista Leandro nos acompanham. Somos um grupo do pacote turístico Curitiba-Morretes-Antonina pela Serra Verde Express. Fica a 85 km de Curitiba e a 15 km de Morretes.

Antonina, uma das cidades mais antigas do estado do Paraná. Seu nome é uma homenagem ao príncipe José Francisco Xavier de Paula Domingos António Agostinho Anastácio de Bragança, herdeiro da coroa portuguesa e filho da rainha Maria I e de seu consorte Dom Pedro III.

Um pouco de história. Segundo o site bbc.com/portuguese/geral-59753905, no séc. XVIII, a rainha portuguesa D. Maria I alegou motivos religiosos para vetar a inoculação de seus filhos contra a varíola, em um episódio de grandes consequências tanto para a sua vida quanto para a trajetória de Portugal e do Brasil. O declínio mental que levou a mãe de Dom Pedro I a ficar marcada na história como “a louca” foi influenciado pela morte de seu filho primogênito José (falecido aos 27 anos). Dois meses depois, ela ainda perderia pela doença em um intervalo de semanas-a filha, o genro e o neto.

Conforme o site http://www.antonina.pr.gov.br/pagina/78_Historia-da-Cidade.html, os primeiros vestígios da ocupação de Antonina foram encontrados nos sambaquis (enormes montanhas erguidas em baías, praias ou na foz de grandes rios por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. São formados por cascas de moluscos, principalmente, fonte: super.abril.com.br) da região. Posteriormente, índios carijós habitaram o local, sendo que os primeiros povoados datam de 1648 a 1654. Nasceu das catas e faisqueiras de ouro que em meados do séc. XVII existiam na região. Foi fundada em 12 de setembro de 1714, sendo conhecida como Capela e seus habitantes capelistas. A efetiva ocupação deu-se em 1648, quando o parnaibano Gabriel de Lara, o Capitão povoador, sesmeiro da nova vila (Paranaguá) cedeu aos portugueses António de Leão, Pedro Vaz e Manoel Duarte três sesmarias no litoral de Guarapiroca (primeiro nome de Antonina) as primeiras terras daquela porção litorânea. (Sesmaria: sistema usado pela Coroa portuguesa para o cultivo das terras da colônia na América e para povoar o recém-conhecido território. Fonte: http://www.todamateria.com.br).

Os portugueses enviavam o ouro extraído no local para Portugal. Deixaram casarões coloniais como herança arquitetônica.

No passado, houve guerra entre os portos de Antonina e Paranaguá, o segundo mais movimentado porto do Brasil. A ferrovia diminuiu a importância de Antonina. Era chamada de Freguesia do Pilar de Graciosa antes de ser Antonina.

A região é conhecida por ser produtora de balas de banana. Vamos ao passeio. A sede da Secretaria de Obras, de 1928, já foi matadouro. A estação ferroviária, de 1922, está em reformas. Só vi um semáforo no caminho. Em 1884, a princesa Isabel fez o passeio de Maria Fumaça-trem Caiçara. O trem Antonina-Morretes, com varanda, levou o presidente, de então, Getúlio Vargas. Eis um povo orgulhoso da sua cidade e história.

Conhecemos a igreja Nossa Senhora do Pilar, de 1714, localizada entre a serra e o mar. Descemos no Trapiche Municipal para visitar o local e o novo Mercado Municipal, de 2007 (com banheiros). Existem lojinhas, restaurantes e café. Tudo é pequeno, tranquilo, bucólico. Tiramos fotos, estava chuviscando. No trapiche, os habitantes passeiam, pescam, vivem a vida calma. A baía de Antonina é um braço de mar. Porém, a praia não é para banho, uma vez que é repleta de manguezais onde se veem os guarás. Pássaros belos.

Os casarios com vidros arrendondados pertenciam a famílias de posse. Passamos de van pela rua do carnaval, a cidade é festiva. A praça Cel. Macedo tem um coreto, árvores, uma delícia de sentar.

O porto de Paranaguá se vê de longe, mas não se visita. Vimos o casarão da família Matarazzo. Os casarios coloridos dos barões do café e do mate formam um conjunto arquitetônico formidável. Vimos o antigo clube Ypiranga que é a Câmara Municipal hoje. A farmácia mais antiga do estado, de 1911, com móveis estilo retrô da família Carraro. A prefeitura com homenagem a Dom Pedro II que se hospedara lá. A casa mais antiga da cidade é feita de pedra e de óleo de baleia, é tombada e turística e não pode ser demolida. Parabéns à cidade por conservar os seus marcos históricos.

A novela da Globo “O Astro” teve cenas filmadas em um dos casarões. A bica da cidade é tombada, já que Dom Pedro II tomou água lá, hoje secou a fonte. Vi obras do artista mais afamado do Paraná: Poty Lazarotto mostrando a história da cidade. Antonina estava com o clima nublado, lembra a região de Acarape e Redenção no Ceará. Muito verde, úmida, serena, interiorana. Formosa demais.

O Marco Zero da histórica estrada da Graciosa, de 1878, se encontra atrás do semáforo em Antonina e termina na BR-116. Levou 19 anos para ser construída, era um caminho colonial dos índios carijós que andavam nela para pegar pinhões (fruto da araucária). Está localizada em meio à maior área contínua da mata Atlântica preservada do país. Trata-se da rodovia PR-410.

Sinuosa, uma parte de carroçal e outra parte pavimentada foi importante para os ciclos econômicos: de ouro, madeira, mate, café (a geada negra acabou com o ciclo no estado). Caminho Colonial da Graciosa ou Caminho dos Jesuítas ou calçadinha, liga o primeiro planalto paranaense ao litoral (fonte: /altamontanha.com/caminho-historico-da-graciosa). É responsabilidade do governo estadual.

Só podem transitar carros de pequeno e médio porte. É contemplativa e permite que os curitibanos assem churrasco e aproveitem os espaços livres. Os paralelepípedos nos remetem ao seu passado colonial. Está em restauração por conta de chuvas intensas recentes. Hortênsias e lírios embelezam o caminho. Vimos búfalos e é região de ecoturismo, como rafting, bike crossing, esportes radicais. Há nascentes em abundância. O palmito pupunha (de origem amazônica) é negócio produtivo no Paraná e é forte na região. Numa parte houve desmoronamento, logo estão concretando e colocando telas de proteção na estrada. Acaba em um portal de madeira da época de Jaime Lerner (prefeito/governador). Histórica e antiga, Dom Pedro II e sua comitiva a percorreu a cavalo.

Vale a pena conhecer estrada tão encantadora. Aliás, que dia mais perfeito: Morretes, Antonina e a estrada da Graciosa. Parabéns, guia Josiane e motorista Leandro. Vocês são solícitos e acolhedores. E as cidades visitadas valorizam sua cultura e História, fico deslumbrada com isso.

Continuaremos com mais passeios em Curitiba.

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-Morretes-parte 5

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-Morretes-parte 5

Hoje é dia 24 de novembro de 2023. Viemos a Morretes pelo trem Serra Verde Express, de Curitiba descendo a Serra do Mar. No trem perguntaram por mim e pelo Carlos e deram a dica para encontrar a guia Josiane. No saguão do terminal ferroviário, a encontramos e ela indicou a van. Tudo muito organizado.

Estação e cidade pequenas. Bem tranquila, interiorana. O motorista da van: Leandro, o mesmo que pega os turistas nos hotéis. Dá para observar o centro histórico com feira de artesanato e a praça principal. Vamos almoçar e eu ansiosa para conhecer a linda cidade. O combinado é estarmos na van às 14h30.

Hora do almoço. O restaurante é no centro, chamado Olimpo. Estamos como o grupo na varanda, oferecem como entradas bolinhos de peixe, camarão pequenos e pão. O prato principal é o típico barreado para quem gosta de carne. Ensinam como prepará-lo com farinha e arroz ali na hora, servem banana empanada e saladas diversas em uma mesa na sala. O barreado é feito também com cebola e alho misturados à carne, que é fervida por 12 horas. Depois vem a farinha. Já para mim, foi peixe anchova e camarão empanados. E molho com pupunha e camarão, bem suave. Uau! Que fartura! Achei o barreado com cheiro muito forte, já o Carlos amou.

Ao finalizar, tivemos 1 h e meia para passear. Um pouco sobre Morretes. 70 km de Curitiba, situado entre a serra e o litoral, cidade charmosa a mais não poder. É a maior produtora de gengibre do estado do Paraná, por isso os produtos como balas, licores e sorvetes.

Há o rio Nhundiaquara, a Ponte Velha onde se admira o rio, o coreto e o casario colorido, outro mundo, outro tempo. Difícil não se apaixonar. A feirinha no centrinho oferece licores diversos, lembrancinhas mil, balas de banana, gengibre e coco. E há as sorveterias caseiras e antigas como a da Dona Lucy, de 63 anos de existência, uma portinha ao lado do restaurante com sorvetes e picolés artesanais. O Carlos tomou o de framboesa por R$6,00. Eu tão cheia do almoço que nem quis. A rua das Flores é a principal do centro e do comércio. Todo mundo nos recebe com as palavras: “Seja bem-vindo” nas lojas, o forte das vendas são as placas de madeira com dizeres, cachaças, balas, chips, dentre outros.

Há marcos históricos na cidade, como a paróquia Nossa Senhora do Porto, construída no início do séc. XIX. O sino foi doado por Dom Pedro II. Quando foram colocá-lo, ele caiu e rachou. Existem festivais anuais, por exemplo: a Festa da Cachaça em janeiro e a do Barreado em setembro.

Um pouco sobre o rio. Segundo a Wikipédia, nasce da confluência dos rios São João e Ipiranga e suas nascentes estão localizadas a 1400 m de altura dentro da serra de Marumbi. Deságua na foz da baía de Antonina, ou seja, no oceano Atlântico. Permite a prática de canoagem, rafting, pescarias etc nos seus 37 km. O nome indígena significa NHUNDIA-peixe e QUARA-empoçado ou buraco em tupi ou “toca do jundiá”. Foi o nome do vilarejo de Morretes entre 24 de maio de 1869 a 7 de abril de 1870. A partir daí, se chamou de Morretes.

Cidade só de casas, vida pacata. As ruas estreitas com paralelepípedos, os casarões coloniais, as igrejas antigas nos remetem a outro período, outro compasso. Morretes foi fundada em 1721. Uma preciosidade no Brasil. Quem tem pressa em um lugar tão idílico assim? Uma mistura da colonial Paraty no estado do Rio e da bucólica Colônia do Sacramento no Uruguai. Dá vontade de não ir embora. Da próxima vez, vamos pegar o trem e passar o dia todo nos deleitando.

Continuamos o passeio com a parque temático HISGEOPAR (História e Geografia do Paraná) com suas miniaturas. São dois grupos ao mesmo tempo, o barulho é grande no galpão e tive dificuldade em entender o guia Rudi, mas valeu mesmo assim. Ele começa explicando a história do estado. Primeiro os indígenas e depois chegam os europeus na região. As maquetes são ilustrativas. A economia iniciou com a descoberta de ouro em Antonina. Depois os que vieram, partiram para Minas Gerais atrás do metal precioso. A segunda economia mais importante foi o tropeirismo, com pontos de parada no Paraná, assim vilas foram criadas pelo percurso. A pecuária foi consequência natural.

Os trens eram fundamentais, pois carregavam café, madeira e gente. O viaduto do Carvalho na Serra do Mar e a ponte São João estão expostos nas maquetes. Outro ciclo econômico foi a erva mate, os indígenas usavam e os europeus transformaram em produto. O estado do Rio Grande do Sul é o maior consumidor. O ciclo da madeira: o extrativismo da araucária. Desmatavam com machado e animais, quase extinguiram tão preciosa árvore. Só sobrou menos de 1 %. A madeira foi vendida pelo governo para a ferrovia, o monge São José Maria era o líder dos posseiros que lutaram pela terra. O governo mandou o Exército para o local e houve guerra. A faixa oeste de Santa Catarina é o Paraná pós-guerra.

Os engenhos eram braçais, utilizavam animais. No período da erva mate, a produção era artesanal, familiar. O barão do Serro Azul era grande produtor, esteve envolvido na Revolução Federalista e foi assassinado onde está a Cruz do Barão hoje. Vemos as casas antigas de madeira lascada. O papel higiênico da época eram folhas ou sabugo de milho. O banheiro era uma casinha separada da casa principal. O ciclo econômico do café foi substituído pelo ciclo dos grãos no séc. XX. A energia elétrica substituiu tudo que era familiar, simples e artesanal.

Vemos a maior usina hidrelétrica do mundo: Itaipu. Inundou as Sete Quedas da cidade de Guaíra, 150 km acima da barragem de Iguaçu. Era a maior cachoeira do mundo em volume de água, desapareceu com o lago de Itaipu. Em 1982, antes da inundação, muita gente foi para conhecer, mas uma ponte desabou e pessoas morreram. O herói das Sete Quedas, João Mandi, salvou seis pessoas se jogando nas águas para salvá-los. A Wikipédia nos conta que seu nome era João Lima Moraes, que fora pescador, depois vereador de Guaíra por dois mandatos e secretário de esportes. Foi condecorado com o título de Honra ao Mérito e é considerado herói nacional.

Santos Dumont, pai da aviação, é considerado o patrono das Cataratas de Iguaçu, uma vez que eram privadas, todavia ele as descobriu e lutou para que fossem públicas e se tornassem um parque nacional. Hoje é Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO em 1986. Conforme o site https://www.itatiaia.com.br/editorias/ultimas-noticias/2023/08/29/santos-dumont-de-patrono-da-aviacao-a-patrono-das-cataratas, as terras pertenciam ao colono espanhol Jesús Val, de 47 anos. Tinha recebido um lote de 1008 hectares da Colônia Militar para fins agrícolas. E neste lote, que ocupava a margem do rio Iguassu junto aos Saltos de Santa Maria estavam nada menos que as Cataratas. Era o presidente do Paraná da época Affonso Alves de Camargo. Em uma viagem de seis dias a cavalo, de carro, de trem, uma aventura difícil, Santos Dumont chegou a Curitiba e pediu a desapropriação das terras ao lado das Cataratas (decreto 653, de 28 de julho de 1916). Em 19 de janeiro de 1939, o presidente da República Getúlio Vargas criava o Parque Nacional do Iguaçu. Por isso a 100 m das quedas está a estátua de Santos Dumont em tamanho natural a fim de homenagear o seu idealizador.

Aconselho demais o HISGEOPAR. Considerei de uma riqueza impressionante a explanação do guia Rudi e os detalhes das miniaturas. Parabéns! Morretes, então, é ímpar. Gamei.

Continuaremos com o passeio à histórica Antonina e sua beleza encantadora.

Curitiba-Paraná-Brasil-a cidade mais ecológica do país-passeio de trem pela serra do Mar-parte 4

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-passeio de trem pela serra do Mar-parte 4

Hoje é dia 24 de novembro de 2023. Em viagens sempre devemos ter os planos A, B, C e D, porque imprevistos acontecem. Que perrengue! O Carlos e eu que somos tão cuidadosos, achávamos que o passeio de trem seria no sábado (25) e não na sexta, logo quando o Leandro, motorista do transfer, nos ligou às 7h10 da manhã, eu assegurei que ele havia se enganado. Fomos checar e ufa! Foi um sufoco, um corre-corre para se vestir, tomar café e pegar um táxi. Nenhum disponível, entramos em uma fila de espera e o terceiro nos atendeu. O Fernando taxista valeu a pena, nos deixou na porta da Serra Verde Express na Rodoferroviária, uns R$20,00. Por sorte, o hotel Bourbon era perto.

A atendente da Serra Verde Express nos recebeu na saída do táxi, e nos levou ao guichê para o recebimento das passagens com QR CODE e mais a etiqueta para colocar na roupa com o nome da guia Josiane. Estava lotado o saguão de gente esperando para entrar no terminal do trem. Havíamos comprado pela internet em Fortaleza o vagão Barão do Serro Azul, um mimo. É caro e válido, já que a varanda panorâmica permite ver a beleza da serra do Mar. Tem que chegar meia hora antes para pegar o ticket. O trem sai às 8h30, porém no nosso dia atrasou, o que achei ótimo, nos deu mais tempo para respirar.

Estava ansiosa por conhecer trajeto tão afamado e fazer este passeio. Falemos um pouco mais no trem: são 3 classes: Turística (mais em conta), Boutique, e Litorina Luxo. São 70 km de trilhos, 13 túneis, 10 estações e 30 pontes e viadutos. 4 h de ida a Morretes onde se desce a serra e 4 h de subida na volta. No trem cabem 1200 pessoas. Compramos o pacote Curitiba-Morretes completo: transfer do hotel, serviço de bordo, almoço típico com barreado e frutos do mar empanados em Morretes, e visita a Antonina, guia, visita ao parque temático Hisgeopar e volta de ônibus, van ou micro-ônibus pela estrada da Graciosa, conhecida por ser da época da colônia e bela. Na nossa classe Boutique, bebidas: café, cerveja, refrigerante a vontade e um lanche. Digo a vocês: vale cada real, pagamos R$902,00 (para maiores de 60 anos com desconto).

O dia promete. Entramos no último vagão lotado, com cadeiras e mesas de 2 e 4 lugares. O nosso de 2. Na nossa mesa está um mapa de viagem com os pontos importantes a observar. Recebemos logo água, tudo muito organizado. Saímos as 8h45. O guia Victor e o atendente Pedro responsáveis pelo vagão. Duração de viagem de 4 h e meia, pois também dividem com os trens de carga hoje. Avisos são dados para a nossa segurança. E lá vem o Pedro com o serviço de bordo: café, bebidas frias, chá-mate gelado, chá, água mineral e cerveja.

Viagem tranquila, o trem vai de 25 a 30 km/h, eis um passeio contemplativo: Curitiba-serra do Mar-Morretes. O Pedro entrega o lanche: uma caixa com propagandas de pousada e aventuras. Dentro um sanduíche croissant com presunto, um croissant doce pequeno recheado de doce de maçã e um saquinho de amendoim. Achei tudo bem profissional. Lembrei muito do trem que pegamos em Salta-norte da Argentina para conhecer San Antonio de los Cobres pela Cordilheira dos Andes: Tren a las Nubes, embora a paisagem e a altitude sejam totalmente diferentes. Aliás, amo trens!

No perímetro urbano não saímos dos 18 km/h. Vemos o Jardim Botânico novamente (estação n° 2). Alcançaremos 954 m de altitude. Até a parada 13 há sinal de celular. O passeio vai até a parada 29-Morretes (miniatura da pérola Paraty, nossa cidade colonial no estado do Rio). Admiro a campanha educacional contra o uso de plástico e a favor da natureza feita no trem. Há vendas de produtos da Serra Verde Express: bonés, chaveiros, ecobag etc. Eu mesma não resisto, estou com o meu quepe de Maquinista.

O visual pelo trajeto é de muito verde, vacas, casas interioranas, tudo tão bucólico. Passamos pela cidade de Piraquara (parada 3), nome de origem indígena significando “toca do peixe ou buraco”. Bem interior, local gracioso, verdejante. O caminho do trem é entre bosques. A represa Caiguava abastece Curitiba de água em 50 %. Estamos entre a serra do Mar e a mata Atlântica. Em 2020 houve seca e restou somente lama. Estação Banhado, rio Ipiranga (nome indígena significa: água vermelha”), vislumbramos o rio duas vezes. Existem as flores hortênsias pelo caminho. O trem dá umas paradas.

A serra do Mar é o único lugar do Brasil com 7 % de área contínua da mata Atlântica, 5 % no restante do país. 1500 tipos de orquídeas, vimos açucenas, lírios do brejo e outras flores. Não posso me abster de expressar minha tristeza com a falta de trens como transporte no Brasil. Exemplificando com o que funcionava entre Fortaleza e Baturité no Ceará. Faz falta.

Passamos pelo reservatório do Marumbi e lá está o rio Ipiranga de novo. Vemos o cânion do Ipiranga, com a cascata Véu de Noiva e a Garganta do Diabo. Túneis. O guia nos conta que o barão do Serro Azul era figura importante e foi assassinado na revolução Federalista. Por isso existe a Cruz do Barão (estação 18).

Ildefonso Pereira Correia, o barão do Serro Azul[1] (Paranaguá6 de agosto de 1849 — Morretes20 de maio de 1894), foi um empresário e político brasileiro, maior exportador de erva-mate do Paraná e maior produtor de erva-mate do mundo. Durante a revolução Federalista, ele e outras cinco pessoas proeminentes da cidade de Curitiba foram executadas sumariamente, por suposta ordem do general Ewerton de Quadros (homem de confiança do marechal Floriano Peixoto), sem qualquer processo legal ou acusação formal, segundo a Wikipédia.

Santuário de Nossa Senhora do Cadeado (estação 19), a princesa Isabel (filha de Dom Pedro II) almoçou lá. Ponte São João, serra do Marumbi, rio São João com cascatas mil. Que região mais fértil, verde, linda. Baía de Antonina no horizonte. Rio Taquaral, casas abandonadas no percurso, estação Marumbi, parece abandonada, casas diversas, no mesmo estilo e cor da estação, para guardas parques e outros.

Indico esse passeio demais, é de encher os olhos e nos dá uma sensação de lirismo. Os atendentes são solícitos, animados e os viajantes ainda mais, gente do Brasil todo. Quem quiser silêncio, não tem. Todo mundo no modo “turista”. Por conta da varanda panorâmica no trem, andamos de lá pra cá e tiramos muitas fotos junto à natureza. Fantástico!

O guia nos assegurou que não se deve deixar de viajar devido ao clima incerto atualmente. E estamos perto da charmosa cidade de Morretes. Parada 29. A estação Paranaguá (31), porto de Paranaguá (32) e a estação Antonina, a última parada: 33.

Seguiremos em breve com Morretes.

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-passeio de ônibus turístico-parte 3

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-passeio de ônibus turístico-parte 3

Hoje é dia 23 de novembro de 2023. Continuamos o nosso passeio de ônibus turístico Linha Turismo. A parada 10 foi no Bosque do Papa/Memorial Polonês. Seguiremos…

Parada 11. Museu Oscar Niemeyer (MON) ou Museu do Olho. De arte contemporânea. O porteiro do museu nos deu a dica do restaurante Barolho ali perto, na rua Manoel Eufrásio, 1350. E rumamos para lá, já que estava na hora do almoço. O Carlos e eu pedimos bife de frango grelhado com salada, arroz integral e feijão (oferta da casa) por R$23,00 cada e dois copos enormes de limonadas. Almoço bom e barato. Tratamento e serviço aprovados.

O museu tem um vão de 65 m, são várias salas e andares, espetacular. Paguei R$15,00 como professora, acima de 60 anos é de graça. Só achei uma burocracia desnecessária na entrada, deixamos a mochila e se levasse meu livrinho de escrita teria que preencher um formulário com meus dados. Sinceramente, nem preenchi. Levei somente o celular.

No dia seguinte, 24 de novembro de 2023, inaugurariam a exposição “Extravagâncias”, de Joana Vasconcelos, artista renomada portuguesa, no espaço do Olho, nos andares da torre e nos espaços Araucária e na rampa. Lá fora chove, bom dia para museu. Passamos quase 3 h, uma visita intensa. Que museu fabuloso!

Vimos obras das artistas Aline Dias, Ana Gonzaléz, Fernanda Valadares etc. As salas da Índia e as Religiões; da Ásia: a Terra, o Homem e os Deuses; da África, Expressões Artísticas de um Continente; de Poty (Lazzarotto), entre dois mundos, dentre outras. Achei bem linda a sala Ningyos, bonecos que emanam bons augúrios. Mais de 3 mil peças da coleção da arte asiática foram doadas pelo embaixador Fausto Godoy ao MON. São presentes auspiciosos para desejar longevidade, saúde e fertilidade aos recém-nascidos. Há um espaço do museu adaptado para ampliar o acesso das pessoas com baixa visão ou cegueira. Importante e inclusivo.

Também há a sala sobre a produção do filme Ivan, O Terrível, de janeiro de 1941. Obra de Serguei Eisenstein, por ordem direta de Stalin, que acreditava ter finalmente domado o diretor. Ele só concordou em dirigir o filme após ter criado a cena do arrependimento de Ivan diante do afresco do Juízo Final na catedral. A primeira série do filme, de 1944, rendeu ao diretor o Prêmio Stalin, a segunda foi banida e o terceiro filme, inacabado, teve seu material destruído em 1951.

Depois da chuva, esfriou. Às 16 h entramos no ônibus. Em cima o ônibus era aberto dos lados e havia um pano para a limpeza dos bancos.

Parada 12. Bosque Alemão. Descemos, mas conhecemos somente o Oratório de Bach, réplica de uma antiga igreja presbiteriana de madeira, onde atualmente ocorrem concertos. O bosque estava fechado. É o memorial germânico da cidade, em homenagem aos primeiros imigrantes alemães no séc. XIX. Ainda há a Torre dos Filósofos (mirante), a trilha de João e Maria que narra o conto dos Irmãos Grimm, a Casa da Bruxa com biblioteca e hora do conto, e a praça da Poesia Germânica com portal que reproduz a fachada da Casa Mila, construção do início do séc. XX. As casas nos arredores do bosque são grandes, bem cuidadas e com jardins em frente. O bosque em frente ajuda no charme. Há propagandas simpáticas pelo caminho para separar o lixo.

Parada 13. Bosque Zaninelli/Universidade Livre do Meio Ambiente. Criado em 1992, o bosque dá um novo uso a uma antiga pedreira, da qual restam um paredão de granito e um lago no meio da mata. A Universidade Livre do Meio Ambiente é feita de troncos de eucaliptos e madeira de construção, para valorização do meio ambiente, preservação e conscientização. Representa os quatro elementos da natureza: terra, fogo, água e ar. Abriga a Escola Municipal de Sustentabilidade. Foi inaugurada com a presença de Jacques Cousteau. Oferece vista panorâmica do lago e bosque.

Parada 14. Parque São Lourenço. Bom para caminhar, andar de skate e carrinho de rolimã. O parque une natureza, arte e cultura. Implantado em 1972, é um dos mais antigos da cidade, para recuperar estragos do rompimento da represa do rio Belém. Conta também com o Memorial Paranista e o Jardim das Esculturas João Turin, considerado o precursor da escultura do Paraná. O caminho parece com a Zona Sul de Porto Alegre com suas ruas largas e casas.

Parada 15. Ópera de Arame. De 1992. Outro cartão-postal de Curitiba. Eu tinha que conhecer. O lago, a chuva e a ópera, que visual. Mais tarde ocorreria o concerto Candlelight à luz de velas. Que mágico! Restaurante, café, loja, escadas de ferro, um lugar muito original. Há exposição de arte espalhada. Haja escada, mas vale a pena. Segundo o folder Curta Curitiba, a estrutura é tubular e o teto transparente, e compõe o Parque das Pedreiras, junto com a Pedreira Paulo Leminski, de 1989.

Parada 16. Parque Tanguá. Com floresta preservada, cachoeira, lagos, mirante. Um dos melhores locais para apreciar o pôr do sol.

Parada 17. Parque Tingui. O folder Curta Curitiba nos esclarece que o parque foi criado em 1994, localiza-se em uma faixa de preservação junto ao rio Barigui. Tem escultura do cacique Tindiquera, da tribo Tingui. Possui também a obra Raízes Afro-Brasileiras de Emanoel Araújo.

Parada 18. Memorial Ucraniano. Dentro do parque Tingui. Com um portal e réplica da antiga capela de São Miguel, construída em madeira em estilo bizantino, onde há uma exposição de ícones da cultura ucraniana.

Parada 19. Portal Italiano. Adiante está o bairro mais conhecido de Curitiba: Santa Felicidade.

Parada 20. Santa Felicidade. Com cantinas, restaurantes, sorveterias, feira de artesanato, lojas, bem festivo. Vimos a loja de chocolate Florybal, de Gramado-RS. Primeira colônia de imigrantes italianos na cidade. Chegaram a partir de 1872.

Parada 21. Parque Barigui. O rio com o mesmo nome foi represado e formou-se um lago. O parque foi criado em 1972 e é bem frequentado pelos habitantes. Não houve parada pelo perigo, pois o rio/lago estava para transbordar por chuvas recentes.

Parada 22. Torre Panorâmica. Inaugurada em 1991,é suporte de telefonia celular. Tem mirante a 109, 5 m de altura, para uma visão de 360 graus de Curitiba e dos contornos da Serra do Mar.

Parada 23. Setor Histórico. Área de preservação histórica e cultural. Domingo abriga uma feira de artesanato e antiguidades parecida com a de San Telmo em Buenos Aires. O Museu Paranaense se localiza nesta parte antiga da cidade.

Passamos por alguns Faróis do Saber, bibliotecas municipais com um farol como símbolo. Da época do Jaime Lerner como governador, o arquiteto que mudou Curitiba e trouxe inventividades existentes até hoje. Parabéns, a cidade brilha com tanta cultura e natureza.

Praça Garibaldi com palácio Garibaldi, usado para eventos. Local que abrigou os primeiros imigrantes italianos chegados na cidade.

Parada 24. Praça Tiradentes. Marco Zero de Curitiba. Aqui descemos, pois é perto do hotel Bourbon. Apesar de tão importante e histórica, infelizmente, é um local inseguro. Realidade das nossas cidades grandes no Brasil.

Continuaremos nossa jornada em breve.

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-passeio de ônibus turístico-parte 2

Curitiba-Paraná-Brasil-a capital mais ecológica do país-passeio de ônibus turístico-parte 2

Hoje é dia 23 de novembro de 2023. O café da manhã do Bourbon Curitiba Hotel & Suítes é excelente: seção de sucos detox e outros de frutas, frutas, queijos, presuntos, bolos, croissants, tapioca, iogurtes, encontrei o leite desnatado e … croque monsieur, que interessante. Receita francesa de sanduíche. Começamos bem o dia.

Vamos os passeios. Andamos até a Rua 24 Horas, no caminho passamos pelo relógio de 1914 na praça Osório. Os bancos, árvores altas, floriculturas e cafés fazem a diferença na qualidade de vida do curitibano. Há venda e compra de ouro no Calçadão Rua XV de Novembro. Ali é uma gostosura de sentar nos bancos e sentir o aroma das flores dos canteiros. Vemos os tubos/minhocões pelas avenidas para pegar ônibus, um exemplo é na rua Visconde de Nácar.

Parada 1. Entramos no ônibus Linha Turismo (de cor verde) em frente à Rua 24 Horas. R$50,00 por pessoa para 24 horas, o pagamento é feito dentro do ônibus. A previsão é de chuva, então estamos protegidos e aproveitando. Ficamos na parte de cima e coincidência, como sempre, encontramos uma mãe e uma filha de Tauá-Ceará, a moça estuda em Itajaí-Santa Catarina, foi um bom papo. No ônibus, temos uma perspectiva da cidade, já que as paradas ocorrem em 10 pontos turísticos importantes. A cidade é arborizada e limpíssima o que a torna agradável. São tantas praças e casas dos anos 1930 e 1940, algo que chama atenção.

Parada 2. Museu Ferroviário. O museu é anexo ao Shopping Estação.

Parada 3. Teatro Paiol. O edifício original de 1906 era um paiol de pólvora. Restaurado em 1971, manteve a arquitetura circular romana e passou a ser um teatro de arena, símbolo da mudança cultural de Curitiba, de acordo com o folder Curta Curitiba.

Parada 4. Jardim Botânico. Descemos. Que local mais aprazível, lindo. Bem cuidado, florido, parece uma miniatura do Palácio de Versailles na França. Estufa conhecida por fotos. Na estufa principal há bromélias, banana-do-mato, flor-de-cera e muitas outras belezas. O folder Curta Curitiba nos diz que o Jardim Botânico, ícone da cidade, é inspirado nos jardins franceses. Inaugurado em 1991, possui uma estufa metálica que abriga espécies botânicas que são referência nacional.

Na Galeria das Estações, encontramos o CIBP-Centro de Ilustração Botânico do Paraná, onde encontramos uma lojinha com bolsas, agendas, calendários (R$25,00 a unidade), caderninhos (R$20,00 a unidade), com flores nos produtos, e, ao lado, um Café-Escola do SENAC. Ser tão florido me lembrou da loja da casa do pintor impressionista Claude Monet em Giverny, França. Mas em miniatura, em comparação com a francesa. Logicamente que eu não resistiria a compras e a um café com bala de banana de brinde. Muito bom ter álcool em gel onde formos. Na entrada do Jardim Botânico existe um restaurante/galeteria promissor. Capricham nas flores e plantas. Lugar imperdível.

Curitiba: cidade da reciclagem, inovadora em termos de lixo reciclado. Fazem campanhas por isso. Maravilha!

Às 12 h entramos no ônibus turístico novamente, o almoço seria depois. Há áudios em inglês, francês, espanhol.

Parada 5. Mercado Municipal/Rodoferroviária. O mercado, de 1958, concentra boxes e restaurantes. Na Rodoferroviária se pega o trem para descer a Serra do Mar e conhecer Morretes e Antonina.

Parada 6. Teatro Guaíra/Universidade Federal do Paraná. A sede da primeira universidade do Brasil, fundada em 1912, tem arquitetura neoclássica e domina o lado da praça Santos Andrade. O Teatro Guaíra fica no outro extremo, foi inaugurado em 1970 e é um dos maiores da América Latina, na entrada, tem painel em alto-relevo do artista paranaense Poty Lazzarotto com a história do teatro universal (segundo o folder Curta Curitiba).

Passamos pela histórica praça Tiradentes, onde existe uma estátua do Barão de Rio Branco.

Parada 7. Paço da Liberdade. Foi a primeira sede própria da prefeitura de Curitiba. A construção de 1916 tem detalhes neoclássicos e art-nouveau. Restaurada, mantém as características originais e é um espaço cultural múltiplo com exposições, biblioteca e um café. Aqui não houve parada.

Parada 8. Passeio Público/Memorial Árabe. O Passeio Público é o parque mais antigo da cidade, inaugurado em 1886. Abrigou o zoológico e o portão principal é uma cópia do que existe no cemitério de Cães de Paris. Vizinho está o Memorial Árabe, construído em homenagem à cultura dos países do Oriente Médio. Dentro existe uma biblioteca e pinacoteca referentes à cultura árabe. A praça se chama Gibran Khalil Gibran e a edificação segue a linha mourisca.

Parada 9. Centro Cívico de 1953, ano do centenário da Emancipação Política do Paraná. Sede dos três poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. Na praça Nossa Senhora da Salete. De arquitetura modernista, com influência de Brasília, foi o primeiro centro cívico do Brasil. O impressionante de Curitiba é ser toda muito arborizada.

Parada 10. Bosque do Papa/Memorial Polonês. Em homenagem ao papa João Paulo II, o museu ao ar livre, com sete casas de troncos encaixados, sem pregos, foi inaugurado em 1980. São casas antigas de colonos poloneses, além do bosque com trilhas e reserva de 300 araucárias. Ali há um museu que mostra objetos do cotidiano, instrumentos de trabalho, móveis e utensílios domésticos, ou seja, formam um memorial à imigração polonesa. Também há uma loja e a capela com a imagem da padroeira, a Virgem Negra de Czestochowa.

Próximas paradas em breve…